A robótica percorreu um longo caminho desde 1961, quando o primeiro protótipo de robô industrial foi desenvolvido em Nova Jérsia. Em 1974, uma equipa liderada por Björn Weichbrodt da ABB criou o IRB 6, o primeiro robô comercial controlado por microprocessador, que se tornou a base para os robôs industriais atuais.

Björn Weichbrodt com o primeiro IRB 6
Desde essa altura, a robótica avançou significativamente, e os robôs encontram-se atualmente em todos os setores de atividade, desde o fabrico de automóveis até à logística. De 1993 a 2007, os economistas descobriram que os robôs aumentam a produtividade do trabalho em 0,36 por cento ao ano - mais do que os 0,34 por cento gerados pelo uso da máquina a vapor para mecanizar a produção de 1850 a 1910.
Atualmente, rápidos avanços na aprendizagem automática estão a revolucionar o campo da robótica. Investigadores descobriram que a aprendizagem automática contribuirá com 15,7 biliões de dólares para a economia mundial até 2030, de acordo com um estudo da PwC. Isso é mais do que a produção combinada da China e da Índia, duas das economias de crescimento mais rápido do mundo.
Os ganhos decorrentes da utilização da aprendizagem automática serão originários principalmente da maior flexibilidade associada a processos automatizados e a mão de obra mais qualificada. O consumo aumentará à medida que os clientes comprarem produtos mais personalizados e de maior qualidade. Países como a China, que obtêm uma grande percentagem do PIB da manufactura, poderão ver as suas taxas de crescimento subir 1,6 pontos percentuais, de acordo com um relatório da Accenture.
A junção de robótica industrial e inteligência artificial está a criar robôs em rede. As oportunidades neste campo são imensas. Neste momento, apenas 2 por cento dos robôs industriais estão conectados a centros de monitorização remota.
Além de capacidades mais elevadas, os robôs também se tornaram mais acessíveis para as indústrias. Em 2015, as vendas de robôs aumentaram 15 por cento, de longe o maior nível já registado para um único ano, de acordo com um relatório da Federação Internacional de Robótica.
O número de robôs industriais vendidos nos EUA aumentará quase 300 por cento em menos de uma década, de acordo com a ABI Research. Estimam-se que as vendas mundiais de robôs industriais tripliquem até 2025, com a China como o maior mercado.
A ABB, que vendeu mais de 300 mil robôs desde 1974, está pronta para este futuro. Está rapidamente a aumentar o número de colaboradores na sua divisão de robótica, contratando três pessoas por dia, em média.
Um pouco por todo o mundo, as fábricas estão a tornar-se mais “inteligentes” utilizando sensores conectados à internet e computação em nuvem para reunir e analisar grandes quantidades de dados e, em seguida, transformar os resultados em ações orientadas. Por isso, as ineficiências são eliminadas e as fábricas apresentam níveis de desempenho que eram considerados utópicos no passado.
Os sistemas de robôs industriais modernos não necessitam de ser desligados para programação ou otimização. Os técnicos podem implementar simulações e ferramentas de programação offline para esse fim, utilizando o mesmo software que coordena os robôs em produção. Por exemplo, os programadores podem realizar simulações de como o equipamento funcionaria no local de instalação e evitar colisões dispendiosas antes destas ocorrerem.
Os robôs avançados serão cada vez mais utilizados em trabalhos que são demasiado extenuantes ou perigosos para a maioria dos humanos os querer fazer. E as empresas irão beneficiar porque os robôs são espantosamente rentáveis, geralmente alcançando retorno sobre o investimento no primeiro ano de implementação no sector da indústria transformadora, por exemplo.

YuMI
Os robôs que utilizam a aprendizagem automática irão ajudar cada vez mais os humanos com o seu trabalho. Um dos primeiros robôs verdadeiramente colaborativos do mundo é o YuMi da ABB, que está projetado para funcionar em conjunto com os trabalhadores na linha de montagem. Os sensores do YuMi permitem saber quando uma pessoa poderá colidir consigo, uma mudança significativa relativamente a uma geração anterior de robôs que não tinham essa capacidade.
Os robôs irão substituir os humanos em trabalhos que se tornarão indesejáveis, e criarão novos empregos. Coreia do Sul, Japão e Alemanha são as três principais nações em termos de robôs instalados por 10.000 funcionários. No entanto, têm algumas das taxas de desemprego mais baixas do mundo. De acordo com o McKinsey Global Institute, mais de 90% dos empregos não serão totalmente automatizáveis no futuro. Em vez disso, robôs e humanos trabalharão cada vez mais em conjunto. A aprendizagem automática e as tecnologias de informação também estão a criar novos modelos de negócios, os quais originarão novas oportunidades.
As empresas irão necessitar de investir na formação dos seus trabalhadores para que estes alcancem um nível profissional superior, com maior remuneração e satisfação no trabalho. Existem precedentes para tais mudanças de longo alcance no mercado de trabalho: O advento das máquinas de colheita mecânica eliminou a maioria dos empregos agrícolas, mas os trabalhadores deslocados encontraram eventualmente emprego em linhas de montagem ou novos setores da economia.
Ainda existem muitas coisas que os robôs não podem fazer. Por exemplo, não podem reagir a mudanças como os humanos. Embora estejam equipados com sistemas de visão e sensores, não conseguem entender as condições do ambiente ao seu redor. Por outras palavras, os robôs não podem realizar tarefas para as quais não foram programados.
Mas, com os avanços na aprendizagem automática, os robôs estão a tornar-se extremamente sofisticados. Não está longe o dia em que serão capazes de reagir adequadamente a mudanças no seu ambiente e de se adaptarem a tarefas em mudança frequente, utilizando os seus conhecimentos e experiências coletivas. Empresas como a ABB, que está a investir 1,5 mil milhões de dólares anualmente em investigação e desenvolvimento e se associou com 70 universidades, estão bem posicionadas para construir uma ampla gama de soluções digitais completas. Essas soluções podem aproveitar os dados recebidos dos sensores e tomar decisões de controlo imediato.
Essas mudanças revolucionárias são esmagadoramente positivas. A Quarta Revolução Industrial está a transformar esta era na era de ouro da robótica, com o potencial de impulsionar aumentos significativos na produtividade em várias indústrias e a uma melhoria nas nossas vidas profissionais. Pessoas formadas, trabalhando em conjunto com robôs inteligentes, ajudarão a criar este futuro de um mundo melhor.