Realização se colhe com tempo e dedicação
Lindemberg Ranna celebra 40 anos na ABB. Recordando uma trajetória de evolução profissional e crescimento pessoal, o Especialista de Campo segue escrevendo sua história com a sabedoria de quem compreende que com dedicação as coisas sempre acontecem no tempo certo.
Com o diploma de Eletrotécnica, Lindenberg iniciou sua carreira na Tenenge, empresa de engenharia eletromecânica e construção industrial. A competência foi sua aliada na formação de amizades que, anos mais tarde, o colocaram no caminho que o conduz por quatro décadas na ABB. “Em 1984, com 23 anos, eu atuava em outra empresa, a Bayer, quando colegas com quem trabalhei na Tenenge me convidaram para assumir uma posição na Brown Boveri & Cie, a BBC, empresa que viria a ser adquirida pela Asea e constituiria a ABB”, recorda.
Um ano depois de ingressar na BBC, o jovem embarcava para uma oportunidade internacional. “Fui para Asunción, no Paraguai, para coordenar a montagem dos equipamentos de uma indústria siderúrgica. As coisas eram difíceis, incluindo a comunicação que era por Telex, veja você! Além disso, nessa época, as obras demoravam muito para serem concluídas, nada era rápido e ágil como hoje. Essa oportunidade me trouxe muita experiência. Foi um passo importante na minha carreira.”
Prova de competência
Ao receber o jovem destacado para assumir o comissionamento dos equipamentos da siderúrgica paraguaia, o cliente desconfiou da pouca idade de Lindemberg. “Ele entrou em contato com meu superior para dizer que não acreditava que eu daria conta. Meu chefe o tranquilizou dizendo que se ele havia me destacado é porque eu tinha total capacidade. Imagine ‘o peso’ de toda a confiança que ele havia depositado em mim. Decepcionar não era uma opção”, conta. Determinado, Lindemberg provou que, no seu caso, a pouca idade não era documento. “Eu fiz valer a palavra do meu chefe e mostrei que eu era capaz. Deu tudo certo no final!”
Após dois anos no Paraguai, casado e pai de primeira viagem, Lindemberg foi para São Paulo para trabalhar nas subestações de trólebus. “Foi apenas por um ano, mas o aprendizado valeu muito. Nessa época vivi novamente a alegria de ser pai, agora uma menina”, comemora. “E, mais uma vez, vivi também uma nova oportunidade profissional. Retornei para o segmento de siderurgia e mudei para o Rio de Janeiro por cerca de dois anos, onde nasceria meu terceiro filho”. Em 1988, ainda no Rio de Janeiro, Lindemberg soube da fusão entre a BBC e a Asea. “Eu considero uma união que deu muito certo.”
Revisitando sua história, Lindemberg recorda do impacto causado pelos avanços da tecnologia no seu segmento de atuação. “Até 1993, parte dos drivers utilizados na indústria eram semidigitais e parte eram analógicos. Por volta de 1994, esses componentes passaram a ser totalmente digitais, causando uma revolução no tempo de comissionamento das obras, de anos para meses, sem contar com a precisão superior. Me orgulho de ter visto a ABB passar a dominar o mercado de drivers no segmento de Papel e Celulose”, conta.
Outro momento importante na jornada de Lindemberg aconteceu em 2000. “Fui convidado a migrar de Serviços de Campo para integrar a equipe de Engenharia no segmento de Papel e Celulose. Até então, eu colocava em funcionamento o que os engenheiros projetavam, mas passei a projetar o que outros montariam, o que ampliou muito meus conhecimentos.”
Do segmento de Papel e Celulose, Lindemberg migrou para a área de Metalurgia, passou pelo mercado de Mineração e pelo segmento de Offshore. “No final de 2009, um colega da ABB da Noruega veio para o Brasil implantar a área de Marine Offshore. Em 2010, ele me convidou para integrar essa área. Nessa época, eu estava no Rio de Janeiro, já havia morado em vários lugares durante 27 anos e queria ficar em um lugar só. Então, quando ele me disse que eu poderia morar onde eu quisesse, aceitei na hora”, recorda.
Esposa e companheira
Lindemberg não imaginou que iria tão longe e por tanto tempo, mas sabe que não chegou sozinho. “Sempre contei com excelentes gestores e colegas de trabalho, mas acima de tudo, contei com minha esposa. Graças a ela eu tive condições de focar na minha carreira porque eu sabia que a nossa família estava resguardada. Ela foi minha companheira nessa jornada onde me realizei como profissional, como marido e como pai. Reconheço e agradeço”.
Daqui pra frente, o propósito de Lindemberg é transmitir o conhecimento e o espírito de trabalho que o trouxeram até aqui. “De alguma forma, acho importante mostrar que buscar o imediatismo não cria lastros, torna as conquistas efêmeras. É preciso paciência para esperar as coisas acontecerem no tempo certo, senão o vento leva.”
Para quem chega à ABB, a mensagem de Lindemberg não poderia ser outra: “Não se assuste com seus erros e tire a lição necessária para seu aprimoramento. Se tudo sempre desse certo, não haveria evolução. Mas, o mais importante é não ter pressa em galgar posições. Se dedique em tudo o que fizer pelo tempo que for preciso porque, lá na frente, no tempo certo, você colherá os resultados.”