Seletividade por corrente residual

Como obter seletividade entre dispositivos de proteção por corrente residual (RCDs)

Com seus muitos tipos e funções, o disjuntor de corrente residual pode ser definido como segue:
dispositivo sensível a correntes ao terra, capaz de abrir um circuito elétrico em um determinado intervalo de tempo, quando a corrente ao terra excede o valor pré-ajustado. É usado para proteger pessoas e objetos contra contatos diretos (um dispositivo de alta sensibilidade, é uma proteção adicional), contatos indiretos e perda de isolação.

A regra profissional para a instalação elétrica sempre impõe, exceto para plantas especiais, a presença de um sistema de aterramento em prédios civis e industriais. Além disso, a norma IEC 60364 torna o uso do disjuntor de corrente residual obrigatório em muitos casos, para a proteção das pessoas, trazendo determinações relativas ao tempo de disparo e as correntes em relação à tensão da instalação, ao sistema de distribuição existente e aos locais de instalação.

Uma boa proteção à instalação deve proporcionar:

  • Um disjuntor à rede do tipo de corrente residual para garantir proteção contra as falhas que possam ocorrer entre o disjuntor à rede e a distribuição;
  • Proteção de cada ramo individual com um dispositivo sensível a corrente residual.

Por isso, é preciso estudar cuidadosamente a escolha dos dispositivos apropriados para garantir seletividade e prevenir que falhas ao terra em qualquer ponto do circuito de distribuição deem causa a tempos de parada em toda a instalação.
Em geral, dois dispositivos sensíveis a corrente residual são seletivos para cada valor de corrente, se não houver superposição entre suas zonas de disparo:

  • Essa condição se obtém com a aderência aos seguintes pontos: o limiar de corrente residual para disparo do dispositivo no lado da alimentação deve ser superior a ou igual ao dobro do limiar de corrente residual para disparo do dispositivo no lado da carga:

                    I∆nLado alimentação ≥ 2xI∆nlado carga

    Essa relação é necessária para que se dê a devida consideração ao conceito de corrente residual nominal sem disparo, que é o máximo valor de corrente para o qual o disjuntor sensível a corrente residual não haverá de disparar sob hipótese alguma. As normas indicam um valor de corrente de I∆n/2 e, abaixo de tal valor, o dispositivo não tem comportamento definido, ou seja, pode disparar ou não.

  • O tempo mínimo sem disparo do disjuntor, pelo lado da alimentação para cada valor de corrente deve ser superior ao tempo máximo de disparo do disjuntor pelo lado da carga:

                    Tminalimentação > Ttotcarga
Para disjuntores sensíveis a corrente residual aderentes à norma IEC60947-2 (CEI EN 60947-2), as determinações relativas às curvas de disparo para corrente residual sem atraso ou para o tipo com atraso constam do anexo B das normas.
A diferenciação entre tempos de disparo pode ser obtida mais facilmente com o uso de correntes residuais do tipo com atraso (∆t = limite de tempo sem disparo em ms ou se ∆t=60ms) com tempo definido ou inverso, quando o atraso pode ser retardado conforme um intervalo selecionável. Esses dispositivos são instalados, no geral, pelo lado da alimentação de outros dispositivos de tipo geral sensíveis a correntes residuais e recomenda-se que haja uma relação de 3 vezes entre os limiares de disparo.

Função G

A proteção contra falhas ao terra pode ser implementada a partir da função G disponível nas unidades de disparo eletrônicas embarcadas nos disjuntores de caixa moldada ou abertos.
As características de disparo podem ser ajustadas para corrente (de 0,2 a 1 x In) e tempo (inverso ou definido), conforme as diferentes versões. Obter proteção contra contatos indiretos, a partir desse tipo de função, requer análise cuidadosa do sistema de distribuição e do valor da corrente de falha ao terra.

Com os disjuntores Emax 2 é possível executar seletividade por zona para a função G, segundo a mesma filosofia descrita para a função S. Isso permite reduzir os tempos de disparo entre duas proteções contra corrente residual em série, aumentando a margem de segurança para qualquer falha no lado da carga do disjuntor pelo lado da alimentação, uma vez que seu tempo de disparo não é tão alto quanto deveria, para se obter seletividade em relação ao lado da carga com o método clássico para seletividade por tempo.

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