Convergência OT/IT: parceria para integrar dados e operações na indústria

Convergência OT/IT: parceria para integrar dados e operações na indústria

A natureza integradora da convergência OT/IT não está apenas na conexão entre operação e informação...

…mas também está na forma como as empresas se preparam para aplicar essa prática de convergir dados para melhorar processos. É justo dizer que a convergência OT/IT é abrangente porque envolve informação, tecnologia, dispositivos, conhecimento e, principalmente, profissionais preparados para trabalhar neste modelo integrado de operação. É um dos passos mais importantes para a transformação digital da indústria.

A convergência digital de informação e operação se aplica a todo o setor produtivo, isso porque vale a máxima do físico William Thomson de que aquilo que não se pode medir, não pode ser melhorado. A constatação ainda é vigente e a necessidade por convergência OT/IT aumenta na esteira do crescimento impressionante da quantidade de dados, os quais carecem ser analisados para que o setor produtivo alcance o melhor desempenho possível.

Naturalmente, há desafios que se impõem no caminho da convergência OT/IT, e merecem destaque aqueles de ordem cultural. Isso significa que só a tecnologia não é suficiente para fazer convergir, a mudança acontece na raiz do negócio, no jeito como se pensa. As ferramentas tecnológicas requerem dos profissionais disposição para sair da zona de conforto para aprender o novo método e assumir esse meio de produção como parte inevitável do trabalho.

Benefício da convergência OT/IT

É claro que a convergência OT/IT apenas é justificável se houver um retorno positivo para o negócio. E um resultado importante desse processo é a possibilidade de prever, por exemplo, quando um equipamento ou máquina vai falhar.

Em uma instalação fabril, o método de manutenção geralmente é preventivo, no qual o profissional suspende o trabalho das máquinas com certa periodicidade para avaliar a condição do equipamento. Isso significa pausa na produção e, mais importante, perda de produtividade.

Com dados de qualidade gerados por meio de ferramentas de convergência OT/IT, o profissional tem condições de visualizar quando um ativo da fábrica vai falhar. Essa antecipação permite um tipo de manutenção preditiva, ou seja, um tratamento específico de um problema que foi identificado antes mesmo de acontecer. A produção sofre menos pausas, a produtividade aumenta e os custos operacionais são menores

Não só a manutenção pode sentir esses benefícios, outras disciplinas como eficiência e performance operacional, eficiência energética, sustentabilidade e otimização da cadeia de suprimento também podem ter resultados significativos

Convergência para transição energética

A indústria de energia é uma das pautas mais relevantes para o mercado global, isso porque alimenta o mundo de quem produz e de quem consome. O assunto ganha carga extra dada a escassez de energia que já manifesta seus sintomas na forma de custos altos, especialmente no Brasil.

A indústria brasileira amarga os maiores custos de energia elétrica em comparação com 18 países, segundo índice de Competitividade Brasil, apurado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 2019 e 2020. O indicador da CNI monitora o desempenho competitivo do Brasil em comparação com países que competem com a indústria brasileira no mercado global.

Entre os diversos componentes analisados, chama atenção o custo da energia elétrica para o setor industrial brasileiro a US$0,17 por Kwh, o maior de todos os 18 países avaliados, a qualidade no fornecimento do recurso é a segunda pior do ranking, com perdas de 16,1% da energia gerada. O indicador compara o Brasil com a Coreia do Sul, Canadá, Austrália, China, Espanha, Tailândia, Polônia, Chile, Rússia, África do Sul, Turquia, México, Indonésia, Índia, Colômbia, Peru e Argentina.

Em um cenário de crise de energia, que inclusive contribuiu para a estagnação da indústria no terceiro trimestre de 2021, segundo o IBGE, a transição da matriz energética não é apenas necessária, mas urgente. E uma transformação desse porte só será possível de ser realizada com a conexão de dados, informação e processos.

É pela convergência OT/IT que processos de produção de energia a partir de fontes livres de carbono, como o hidrogênio verde, por exemplo, poderão ser aprimorados e seus custos reduzidos a níveis praticáveis. Atualmente, o custo de produção de hidrogênio verde pode ser até três vezes mais caro que os custos com a produção de hidrogênio a partir da queima de combustíveis fósseis.

Convergência e parceria

A convergência OT/IT sem parceria é impossível. A ABB desenvolve soluções para integrar as operações em um esforço conjunto com parceiros tecnológicos e integradores. Mas o principal parceiro é obviamente o cliente. Antes de avançar em qualquer projeto de convergência, a ABB estuda a natureza do negócio, as forças e fraquezas, as oportunidades e os desafios. E a empresa cliente é peça central nesse trabalho de reconhecimento.

Parcerias com empresas especializadas também são indispensáveis para fazer a convergência sair do plano para a prática. Um exemplo bem-sucedido é o trabalho com parceiro tecnológico que resulta no ABB Ability Genix, uma plataforma digital que integra IoT e os ativos das empresas. O software verifica os dados oriundos de OT/IT usando um modelo cognitivo e aplica tecnologias de inteligência artificial ao contexto industrial para resolver desafios de análise e otimizar ativos e processos de produção.

O elemento da integração permeia toda a indústria e seus parceiros. Pensar em aumento da competitividade brasileira e na transição energética sem levar em conta a convergência de dados e processos é estacar enquanto o mercado global avança. Os tempos de produção e consumo exigem tecnologia desenvolvida em parceria.

Antonio Carvalho
Digital Lead no segmento de Energy Industries na ABB Automação. Com mais de 30 anos de experiencia em Automação de Processos e Elétrica Industriais, Antonio que foi graduado pela Universidade Federal de Itajubá e pós-graduado pela USP e Universidade de Sorocaba, na ABB há mais de 12 anos, é responsável por definir soluções de Automação e aplicação de ferramentas digitais no universo da indústria 4.0.

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