Qual é o peso da área da mobilidade elétrica no volume de atividade da ABB em Portugal?
Em 2024, a nível nacional, a faturação da área da mobilidade elétrica da ABB em Portugal representou cerca de 10% do volume de negócios da empresa. Nos últimos três anos, temos registado um constante crescimento neste setor, acima dos dois dígitos, o que nos deixa muito entusiasmados e com boas perspectivas de futuro.
Como é que vê o estado da mobilidade elétrica em Portugal?
Atualmente, Portugal dispõe de uma rede de postos de carregamentos bastante razoável, que tem vindo a ser reforçada como podemos comprovar no site da Mobi.E, entidade gestora da rede de mobilidade elétrica. Nas zonas litorais, especificamente nas cidades de Lisboa e do Porto, observamos que a rede está mais reforçada, considerando o número de pessoas que vivem nestas regiões bem como na infraestrutura existente. Existe um investimento contínuo no crescimento da rede nestas zonas e temos verificado que também está a aumentar o esforço para dotar a zona interior do país com postos rápidos de carregamento.
O grande desafio não é apenas aumentar o número de postos. É melhorar a fiabilidade da rede. Sabemos que quando as pessoas querem carregar as suas viaturas e se deslocam a pontos de carregamentos públicos, por vezes estes não estão a funcionar como deveriam. Outras vezes, não existem informações nem indicações do problema do equipamento e de quando vão voltar a estar operacionais. Esta situação, para além de custos de deslocação evidentes, cria desconforto para os utilizadores e coloca entraves desnecessários para quem possui veículos elétricos.
Numa área de atividade como a do carregamento de veículos elétricos e respetiva infraestrutura, qual é a estratégia de diferenciação da ABB?
Portugal é um dos países europeus pioneiros na mobilidade elétrica e devemos orgulhar-nos de estar entre os melhores dos melhores nesta área.
Os nossos políticos têm promovido uma uniformização da rede de carregamento público com o intuito de evitar a duplicação de serviços e infraestruturas. Em Portugal, os utilizadores de carros elétricos não têm tantas preocupações com a compatibilidade das aplicações em relação aos carregadores mas sim, se estes estão a funcionar como deveriam, o que é perfeitamente válido. São questões do dia a dia que nós, empresas em conjunto com o Estado, devemos saber responder de modo a que existam soluções práticas para estes desafios.
Como referi anteriormente, fomos pioneiros na mobilidade elétrica na Europa. No entanto, hoje corremos o risco de perder o ímpeto se não dedicarmos planeamento e investimento à rede de carregamento público. Temos de nos focar nas soluções que permitam reduzir dificuldades desnecessárias para os utilizadores. É nesse sentido que a ABB, com a sua tecnologia e serviços pós venda, pode acrescentar valor, em conjunto com outros agentes económicos, que operam neste mercado. Temos mais de 10 anos de investigação e desenvolvimento na área do carregamento elétrico. As nossas soluções são fiáveis, os nossos softwares são robustos e, em conjunto com o desenvolvimento do serviço de manutenções programadas dos postos, sabemos que vamos contribuir para a criação de mais pontos de carga operacionais, sem problemas e com uma melhor rede de fornecimento de energia.
Quais acha que serão as principais evoluções tecnológicas que podem surgir, num futuro próximo, relativamente ao carregamento de veículos elétricos?
Na ABB, temos vindo a apostar numa oferta de carregadores com maior potência e que conseguem efetuar carregamentos mais rápidos e eficientes. O nosso produto mais recente é o A400, um carregador ultra rápido com uma potência até 400 kW.
A par disso, estamos a apostar também no desenvolvimento de um software que permite efetuar uma boa gestão de carga. No que diz respeito ao setor dos transportes, teremos no futuro soluções para o carregamento de frotas, nomeadamente para as carrinhas de distribuição de mercadorias e para os camiões de carga. Além disso, existirão também soluções de carregamento para a rede de mobilidade urbana pública.
Por último, acredito que aliar a mobilidade elétrica a fontes de energia renovável, será um dos caminhos para a descarbonização da nossa economia. Para atingir esse objetivo, tanto os utilizadores particulares como as empresas irão procurar soluções em empresas como a ABB.
