Desmistificando o uso do 5G

 

 

Big Data

A chegada do 5G vai trazer muitos benefícios. Mas muito mais do que se pensa, o 5G não é apenas um 4G mais rápido ou melhorado. Essa nova rede móvel vai permitir que as novas maneiras de comunicação, como o compartilhamento de dados e a inteligência artificial, tenham todo o aparato necessário para contribuir de maneira ainda mais eficaz com o desenvolvimento da sociedade e dos negócios.
Em termos mais diretos, para a população em geral, o 5G vai acelerar a internet, permitir mais conexões e modificar a maneira como a interação e a comunicação ocorrem. Levando esses benefícios para fábricas e indústrias, os ganhos serão significativos. Com o processo de digitalização das ações, redes de qualidade serão necessárias para garantir a autonomia e aplicabilidade dessas tecnologias trazidas pela indústria 4.0, como o Big Data, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (AI), por exemplo.

Internet das Coisas (IoT)

Inteligência Artificial (AI)

O objetivo é que o 5G facilite a operação de grandes frotas de máquinas e robôs autônomos, que serão uma realidade dentro das fábricas em breve. Um dos grandes benefícios dessa nova forma de se conectar é que, ao invés de um controle único, várias máquinas poderão ser controladas de um único ponto central, o que reduzirá custos e terá um comando partindo de uma só base.
Dentro desse cenário, a ABB, líder global em tecnologia, trabalha para ser uma referência e contribuir com a expansão da rede 5G mais rapidamente, em especial dentro das indústrias. A empresa se reuniu com outros líderes globais de tecnologia e comunicações, como a Ericsson, para a aplicação da nova conexão.

Indústria 4.0

 

Dentre os diversos segmentos em que a ABB atua, o 5G pode aportar diferentes benefícios para cada uma delas, como mais velocidade, melhoria de desempenho e tomadas de decisões mais assertivas. Confira alguns exemplos:

Mineração: mais velocidade e abrangência

Em uma mina de ferro, por exemplo, há possibilidade de duas aplicações do 5G: uma para uso interno, em uma área de processamento do minério e outra na parte externa. Segundo Raphael Haddad, Líder para Digital em Indústrias de Processo na ABB Brasil, “o 5G vai ajudar na conexão dos equipamentos existentes. Ao invés de utilizar cabo de rede ou fibra ótica, será possível usar uma rede de celular, que terá uma abrangência grande, vai poder ter muitos equipamentos conectados, trafegando dados, sem ter uma estrutura física instalada”.

Já em uma mina, que é um ambiente externo, há os eletrocentros que fazem a distribuição de energia na área de exploração. No lugar de levar energia e cabo de comunicação, o transporte energético será estabelecido pelo link por meio da rede 5G. 
Em termos de performance, hoje, levando em conta todos os estudos e a parte teórica da rede 5G, há um desempenho equivalente ao de uma fibra ótica, o que é algo bem expressivo. Atualmente, quando se fala em cabo de rede convencional, é 10/100 megabits por segundo ou de 100. Em se tratando de fibra ótica, esse número sobre para 1.000, o que corresponde a gigabytes (GB). O ganho aqui é de velocidade que, no caso do 5G, pode atingir a faixa do 5 GB teoricamente.

Mas é preciso considerar uma série de variáveis no meio do caminho porque esses resultados derivam de ambiente controlado. “E, ao aplicar isso no campo, em que existem outras máquinas e umidade diferente, pode ocorrer diminuição na velocidade. Mesmo assim, comparando com o que o 4G entrega, ainda vai ser muito maior”, ressalta Haddad.

Com este cenário, vê-se que o detalhe do 5G reside em mais confiança na rede, já que o sistema é mais veloz e permite colocar mais serviços em uma mesma infraestrutura de rede. Hoje, a ABB já tem essa tecnologia operando na Suécia com o cliente Boliden AB, empresa sueca com foco na exploração de cobre, zinco, chumbo ouro e prata. Pelo 5G ser mais robusto, será viável desenvolver novas aplicações para o segmento de mineração: imagem, realidade aumentada, suporte remoto mais inteligente com interação em tempo real entre equipe do cliente e da ABB para atuar na resolução de problemas.

Papel & Celulose: medir a vida útil dos equipamentos

Já na indústria de Papel & Celulose, tudo vai depender do design. No entanto, é possível vislumbrar algumas hipóteses, como o gerenciamento da vida útil do disjuntor, equipamento normalmente comandado por meio de sistemas de controle. Uma vez que há tensão e corrente elétrica muito grandes, ele vai se desgastando e tem uma vida útil medida por algoritmos.

Adicionalmente à rede de monitoramento e controle, é possível acrescentar uma 5G, coletando esses dados e indo diretamente para a Internet, com toda autenticação e segurança, mandando informações sobre aquecimento, número de acionamento, corrente, picos, entre outras mensurações. Dessa forma, elas vão para a nuvem onde se gera o algoritmo e entrega a vida útil do equipamento.  Já há desenvolvimento junto a um cliente para fazer algo nessa linha.

Indústrias híbridas: como os segmentos de alimentos e bebidas e os datacenters podem usufruir do 5G

Em uma área de plantação grande de hortaliças, por exemplo, onde não são empregados defensivos agrícolas e se deseja a forma mais orgânica de se produzir, ainda é preciso ter controle da água e do solo. Com o 5G, é possível desenvolver um sistema em que há sensores na terra, verificando a umidade, interagindo com sistema de irrigação. Eles vão controlar essa questão de acordo, por exemplo, com a previsão do tempo e podem liberar mais ou menos água. 

Neste caso, seriam necessários vários sensores que coletam os dados e enviam para a nuvem fazer o processamento, além de atuadores para liberar ou não água. 
Outra possibilidade seria interligar-se a uma agência meteorológica e fazer um algoritmo para deixar a água no ponto exato, o que significa utilizar a rede 5G em uma aplicação mais voltada para a agricultura em que se olha a produção.

Ou, ainda, pensar em um sistema de monitoramento de tracking do tempo entre a colheita, o carregamento do caminhão, o despacho e a entrega ao consumidor final, o que beneficiaria capacidade de transmissão e processamento de dados.

Para os datacenters, a rede 5G ajuda na interligação das máquinas e tenta extrair indicadores de eficiência, por exemplo.

Metais: mais segurança para a operação

Na fabricação de fios e aço, existe um processo de laminação do material: ele é aquecido e depois esticado. Tudo isso é feito com uma velocidade muito grande e, às vezes, dependendo das variáveis, como velocidade e espessura, o metal pode se soltar. Com a digitalização e essas ferramentas de conectividade, daria para prever situações como essas, parar o processo de uma forma mais segura, poupar pessoas e produção. Inclusive, a ABB está trabalhando em projeto como este para o Brasil.

 

Primeiros passos do 5G no Brasil

 

Em julho de 2020, o Brasil deu o primeiro passo para oferecer uma experiência 5G para os consumidores por meio da tecnologia 5G DSS, que utiliza parte da frequência e da infraestrutura que já existia do 4G. Segundo Vinicius Fiori, Customer Marketing da Ericsson, esse início da rede 5G no Brasil significa que estamos cerca de dois anos atrás dos países precursores. “No lançamento do 4G, o Brasil começou quatro ou cinco anos depois, ou seja, não estamos muito atrás no 5G. Porém, se aumentarmos a defasagem em relação a outros países, vamos ficar para trás no quesito inovação. Além disso, o 5G será instrumento importante para a retomada econômica no mundo pós-pandemia”, disse, em entrevista ao Radar Tech, podcast da ABB.

"Hoje, se qualquer cliente da ABB quiser fazer uma implementação em uma rede 5G é possível desde que seja feito como um piloto porque a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] precisa realizar o leilão dessa faixa de frequência”, detalha Haddad. A partir do momento em que a Anatel abrir licitação e as operadoras comprarem o espectro, a tecnologia de rede estará disponível para todo mundo.

No começo do ano, o leilão estava previsto para acontecer no segundo semestre, mas não ocorreu por conta da pandemia. A nova previsão é o começo do ano que vem.

Mas, como qualquer mudança significativa na indústria e nos demais setores, há sempre algumas dúvidas sobre como isso vai funcionar. Afinal, essa nova rede vai alterar bastante a vida dos brasileiros.

Entre as principais preocupações está a segurança desses dados e das informações trocadas. Afinal, com todo mundo conectado é preciso ter cautela para evitar ataques e vazamentos.  Além disso, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em vigor, é necessário todo um ajuste legal para se adequar à nova regulamentação.  Raphael Haddad, Líder para Digital em Indústrias de Processo da ABB explica como funciona essa situação. “A ABB lançou no mercado, em 2017, o que chamamos de ABB’s Data Manifesto. Tem tudo sobre o que pensamos sobre a segurança dos dados, que são do cliente. Se ele chegar para nós e avisar que não trabalhamos mais juntos, ele tem o direito de ter essas informações apagadas”, explica.

Em alguns lugares da Europa e da Ásia, o 5G já vem sendo utilizado. Com essa digitalização na indústria, a expectativa, somente na Europa, é que sejam economizados € 360 milhões com as mudanças de comportamento e redução de custos com manutenção.

Além dessa já citada economia, o 5G vai facilitar muito o dia a dia. Atividades que se tornaram comuns durante a pandemia, podem se tornar hábitos, como o aumento pela procura da telemedicina, EAD e os mais diversos tipos de serviços remotos serão mais comuns e devem se consolidar.

Todos esses benefícios vão chegar com o 5G. Dessa forma, o trabalho da ABB é contribuir com a expansão dessa rede móvel e facilitar para que todo o potencial dessa tecnologia seja explorado dentro dos novos meios de produção, o vetor para o aumento da produtividade, eficiência e qualidade nos resultados.

Radar Tech ABB

Ouça o podcast

Expertise da ABB

Mais do que implementar uma nova tecnologia e se beneficiar com as vantagens trazidas por ela, é preciso contar com profissionais capacitados para que o processo seja realizado com êxito. Com relação a isso, Raphael Haddad reforça: “a ABB se destaca no desenvolvimento da solução para o cliente. Temos muito conhecimento do processo desses mercados, principalmente mineração, papel e celulose e metalurgia. E, obviamente, temos pessoas, engenheiros, técnicos, equipe de R&D, todos muito bons e ligados em desenvolver coisas novas. É nisso que nos diferenciamos, em conhecer efetivamente o processo do cliente e ter pessoas capazes de entregar a solução”.

“Aqui, no Brasil, por exemplo temos uma equipe trabalhando em aplicações, coisas novas e inovação para a indústria de mineração. Temos alguns produtos em que iniciamos o desenvolvimento e, hoje, tornou-se um produto global”, explica Haddad. Outra característica fundamental da ABB: compartilhar conhecimento globalmente para favorecer seus projetos e, consequentemente, os clientes.

Para mais informações e debates sobre tecnologia, você pode ouvir o podcast da ABB, o Radar Tech. Temos um episódio especial sobre o 5G, de onde muitos dos dados usados neste texto foram retirados e que complementa o que foi debatido neste artigo. Vale a pena conferir e conhecer mais essa nova rede.

Siga-nos nas mídias sociais!
LinkedIn YouTube Instagram

 

  • Entre em contato

    Envie sua solicitação e nós entraremos em contato com você

    Fale conosco
Select region / language